terça-feira, 17 de outubro de 2017

Qual é a Igreja verdadeira de Cristo? Existe, teologicamente, uma 'Igreja Evangélica'?

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Vamos frisar estes pontos:

1. Não existe Igreja de Igreja; uma Igreja é fundada com base em princípios teológicos exclusivos e não com base em outra já existente. A isso se chama dissidência teológica.

2. Definição de Igreja Católica: Igreja fundada no século 1 por Jesus Cristo com base na unicidade e na apostolicidade. Ou seja, ela é una e apostólica.

3. Nessa Igreja, dentro de Seu próprio evangelho, Jesus a definiu como Sua e quem iria comandá-la, qual a forma de sucessão dos comandantes e que essa Igreja falaria por Ele; isso é o mais importante. Logo o Evangelho não terminou naquilo que foi registrado pela primeira vez em 70 d.C por Marcos, o primeiro a escrever o Evangelho de Jesus.

4. A Bíblia não existia, a tradição era a oral e não a escrita, a transmissão da doutrina oral era toda oral e os registros surgiam da atividade dos escribas da época sobre o que os apóstolos da Igreja Católica, a universal, diziam. A Bíblia ou livro de biblos como é conhecido só veio a surgir quase 1500 anos depois de Cristo com a invenção da Imprensa por Guttemberg (1.454 d.C) quando revoltosos decidiram imprimí-la para passar para o povo, pois as escrituras em couro de vaca e papiros, eram de uso exclusivo da Igreja. Era um registro de propriedade dela, ninguém mais o tinha, porque só ela o protegeu por séculos e séculos de sucessivas e sucessivas tentativas de destruí-lo por aqueles que tentavam contra a Igreja de Cristo. Ainda mais, a bíblia foi violada: Lutero arrancou dela sete livros, o que teologicamente foi um erro e uma desonestidade dialética, pois e está dito por Jesus: Céus e terra se passarão sem que seja retirado um Til ou Jota de minhas palavras. Mateus 5, versículo 17 e 18. Feriu-se assim a hermenêutica com base no próprio Jesus. Retirado algo da obra, não é mais o Evangelho completo, nem é mais a Bíblia. Essa retirada foi para 'ajustar' a Bíblia ao discurso de Lutero, na tentativa de tornar verossímeis suas afirmações.

5. Nessa linha teológica de raciocínio, o Evangelho continua sendo escrito pela Igreja Católica com uma 'espécie' de procuração dada pelo próprio Jesus. Então o que a Igreja diz que é, é e pronto. Desse modo Jesus já havia dito e justificado: "O que ligares na Terra, será ligado nos céus; o que desligares na Terra, será desligado nos céus". É o princípio teológico da representação Divina D'Ele passada à Igreja.

6. Isso só já seria o suficiente. Mas a perfeita doutrina de Jesus vai mais além: Maria de Nazaré é fartamente citada na Bíblia e já no antigo testamento, sobre qual seria seu papel na humanidade e dentro da Igreja de Seu Filho. Há citações em apocalipse, mas estes dois capítulos e versículos são os principais: Isaías, 66, versículo 7: "Antes que estivesse de parto, deu luz; antes que lhe viessem as dores, nasceu-lhe um menino". Isaías 7, versículo 14: "A Virgem dera Luz a um Filho que se chamará Emmanuel". Isaías 66, versículo 17: "Entrarão (no Reino dos Céus) após a deusa, que estará no meio". Quem é essa deusa? Maria Mãe de Jesus, evidentemente.

7. O Evangelho é o Verbo e o Verbo é Jesus (E não um livro impresso), e, como disse o próprio Jesus, o que ligardes na terra, será ligados nos céus: Ora, o que Pedro, chefe de Sua Igreja, disser na Terra será válido como a própria palavra de Jesus e será a continuação de Sua pregação. Logo, será a continuação de seu próprio Evangelho! A Igreja escreve um Evangelho extra-bíblico, na prática. Nessa (teo)lógica, o que a Igreja Católica Apostólica Romana afirmar que o é, o será, será a própria palavra de Jesus sendo impressa na Bíblia como a continuação de Seu Evangelho! Evidentemente por respeito doutrinal nada foi acrescentado à bíblia até a chegada da imprensa. Assim, milagres, santos e tudo o que a Igreja diz que é válido, é, e foi Jesus que assim autorizou. A Igreja Católica presenta Jesus e não somente O representa! Ela fala pelo próprio Cristo.

8.A Igreja Católica é tão vasta e é dispersa pelo mundo inteiro que Ela se dividiu culturalmente para atender a imensidão da Terra: Dividiu-se materialmente em Oriental e Ocidental. No entanto,  comungam das mesmas escrituras, apenas adaptando ritos às características culturais. É preciso lembrar que o lado ocidental da Igreja Católica foi perseguido pelo Estado Romano até 378 d.C (Só se reuniam em catacumbas) quando, somente nesse ano, Constantino, Imperador de Roma, autorizou a prática do Cristianismo no Império, pois recebera um Milagre Vindo do próprio Jesus para que ele vencesse determinada batalha (Nos céus sob sua visão apareceram as letras XPTO e a orientação de colocar essas letras nos escudos de seus exércitos para que a batalha fosse vencida). Em 380 d.C. Teodósio declara o Cristianismo a religião oficial do Império e proíbe o paganismo. Isso contribuiu para que nascesse uma vertente Oriental da Igreja Católica livre, já que a Igreja Ocidental vivia épocas de perseguições que só cessaram com a intervenção de Constantino e por final, com a mão de Teodósio.

Elencados estes oito pontos, fica claro para o que é chamado de 'Igreja Evangélica':

1. Jesus não fundou Sua Igreja com base em escrituras mas a fundou com base em Sua palavra e em um representante e seus sucessores. Logo justificar a veracidade de uma Igreja com base em seguir somente uma escritura pré-determinada (Sola Scriptura) é falho frente ao próprio mandamento de Jesus, de que a Sua Igreja seria Sua Porta-Voz, falaria por ele. De fato, foi a Igreja Católica Romana quem sedimentou os conhecimentos bíblicos que temos até hoje, inclusive os protestantes, pois muitas polêmicas teológicas foram travadas até que se clareasse vários pontos controversos da bíblia. Por outro lado, Jesus já sabia disso e como a transmissão do evangelho era oral, Ele quis que a palavra predominasse ao escrito e não o escrito à palavra. “No princípio era o VERBO, e o VERBO estava com Deus, e o VERBO era Deus”(Jo Capítulo 1, versículo 1). "E o VERBO se fez carne". Logo, não é a bíblia, aquele livro impresso que é o Evangelho, a bíblia é uma coisa viva, algo que tem sido mantido pela Igreja fielmente por 2.017 anos, ou seja, o Evangelho é o que foi dito por Deus através de Jesus e é o que continua sendo dito por Ele mesmo através do representante ou presentante que Ele próprio nomeou para falar por Si, o chefe de Sua Única Igreja.

2. Logo, deduz-se assim que a Igreja é Jesus e Seu representante na Terra, porque a Igreja é a Palavra, posto que só Ela está autorizada a dizê-la. A Bíblia não é a Igreja como Pedra de Ângulo, a Igreja é a Pedra de Ângulo porque foi a Igreja quem fez a Bíblia e não a Bíblia quem fez a Igreja, e a Igreja é Cristo.

Perceba, já nessa altura desta exposição, que esses dois itens já seriam suficientes para demonstrar filosoficamente a inexistência de uma 'igreja evangélica'. Mas adiante, existem mais corrupções da doutrina de Jesus, vejamos:

3. Os protestantes acham que o Evangelho de Jesus terminou ali na Bíblia, na última folha. Jesus tinha uma idéia de continuar pregando sua Obra na Terra e O está fazendo até hoje, através dos milagres pela evocação de Seu Pai, de Si, de Sua Mãe e pela evocação dos Santos, que a Sua Igreja diz que são Santos porque é pela evocação deles que os milagres são feitos. O milagre é o testemunho do poder de Deus na terra.

4. Não há adoração de Santos, o mundo é material e o homem é um ser simbólico, o prazer de ver uma imagem e rezar com o uso de uma evocação visual está longe de ser a adoração que os pagãos tinham pelas suas estátuas onde se encerravam deuses. O que o livro judaico Pentatauco se refere, o Antigo Testamento como ele é chamado quando foi colocado na Bíblia, é a adoração de deuses materializados em estátuas e não a simbolização feita pela Igreja. As estátuas de Santos e da Mãe do Filho de Deus, escolhida pelo criador do Universo, são obras Sacras dirigidas a uma evocação religiosa e prestígio do belo sagrado.

5. Não se pode interpretar a bíblia fora de contexto. Isso é interpretação seletiva. Os protestantes são contumazes em interpretar a bíblia fora de contexto teológico ou histórico para embasar as mais diversas alegações ou refutar verdades católicas, fazendo dessa seletividade um conjunto de respostas prontas, aptas a alcançar as mentes mais simples.

6. Não podem existir mais de 56 mil Igrejas! Isso é um despropósito! Do ponto de vista da Igreja, são seitas simplesmente porque a unicidade é o princípio reitor do Cristianismo e o foi por mais de 1.400 anos. Jesus fundou apenas uma e não autorizou outras. Quanto mais disputas teológicas entre igrejas. Note-se que a cada divergência entre pastores evangélicos, uma 'nova igreja' é fundada.

7. Os protestantes também confundem os membros da igreja com A Igreja para acusá-la de corrupção e desvio e assim 'justificar' sua revolta protestante, já que não foi reforma, pois só a Igreja teria o direito de reformar a si própria. A Igreja é uma abstração e não a falha desse ou daquele membro que se corrompe, seu próprio corpo de leis a protege dos corruptores e a esse conjunto de leis se chama "Direito Canônico".

8. O protestante está fora da Eucaristia. Jesus disse: "Fazei isto (todos os dias) em minha memória de mim", em relação à Santa Ceia, quando deu Sua vida para nos salvar da morte eterna. E isto não é feito pela maioria da denominações protestantes, como Jesus o quis. Protestantes 'ceiam' apenas uma vez por mês, e obviamente, essa ceia não é sagrada, é religiosa, mas não é sagrada, pois sagrada é somente a que Jesus autorizou por intermédio de Sua Igreja. Ficam sem a Eucaristia diária, que é o recebimento do corpo e sangue de Cristo na Santa Missa. Jesus mandou que recebêssemos seu corpo pelo menos quatro vezes por mês. Os protestantes retiraram a bíblia do seio da Igreja, mas não puderam retirar dela o Milagre da Eucaristia.

9. O batismo de águas era judaico e não cristão. João Batista era judeu. Jesus não deu exclusividade a esse tipo de batismo: Jesus batizou e batiza com suas palavras, batiza com fogo e deu essa autoridade à Igreja. A prova disso irrefutável disso se deu quando Ele salvou o condenado crucificado ao Seu lado, no Monte das Oliveiras, dizendo: "Ainda hoje estarás no Reino dos Céus comigo". A Salvação é mais importante que o batismo, se Ele pôde o mais, pode o menos. Ou seja, a ausência de qualquer rito de batismo não impede a salvação.

10. Os protestantes seguem a Lutero e não a Jesus, como pensam, pois não seguem a Sua Única Igreja. Jesus não autorizou nenhuma reforma à Sua Igreja e nenhuma a ruptura dela. A própria Igreja se corrige, se repara e se integraliza. Quem aprofundar sobre a dita Reforma Protestante, verá que o interesse era o poder político e não uma simples corrigenda na Igreja. Naquela época, Igreja e Estado estavam misturados, pois assim quis Constantino para melhor proteger o Cristianismo e formar uma cultura e sociedade cristã.

11. Os protestantes são excessivamente apegados ao texto. Jocosamente, poderíamos dizer que são adoradores do Livro de Gutemberg, biblicistas que são. Tem a ilusão de que a bíblia é o Norte de Cristo. O Norte é a Sua Igreja porque Ela é o Seu Verbo. E a Igreja-Norte é a única que ele deixou.

12.A Bíblia é o que a Igreja diz que é a Bíblia e não o contrário... Não é a Bíblia que diz o que ela é e nem o que a Igreja é! A Igreja é a Bíblia Viva. A Igreja foi quem 'inventou' a Bíblia depois de 300 anos de discussões no Concílio Ecumênico de Nicéia em 325 d.C. Concílio é o ato público de conciliar e esse concílio se fez porque havia muita discussão dentro da própria Igreja, sobre o que devia ser considerado ou não como interpretação de Sua Palavra, já que Jesus não escreveu nada sobre o que ele queria que fosse feito, apenas disse e mandou transmitir. Jesus não deixou um manual: Deixou uma Igreja para falar por Ele.

Essas são as considerações principais do porque da inexistência teologicamente plural da Igreja de Cristo. Ou seja, de que não existem "Igrejas", mas somente uma única Igreja, dispersa pelo mundo inteiro, sob o comando de um único pastor, o Papa.

Conclusão

Jesus não está dentro de uma bíblia, Ele está ao vivo e a toda hora nos dizendo coisas. O Evangelho não é a Bíblia: É Jesus e o que Ele continua nos dizendo até hoje pela Sua Igreja e pelos seus milagres e aparições. Aparições através de Si, de Nossa Senhora e dos Santos da Santa Igreja, como a a aparição de Jesus ao menino Segatashya, de Ruanda, 1982 e aparição de Nossa Senhora, em Fátima, Portugal. Jesus é o Verbo e o Verbo não é a Bíblia, é a Igreja. Jesus fundou a Sua Igreja e a deixou como a única autora de Suas palavras, antigas e atuais. Ouvir a Igreja é ouvir o próprio Jesus. Deixar de ouvir a Igreja, é deixar de ouvir o próprio Jesus. Então prestemos mais atenção no que seu Deus-Vivo nos diz através de Sua Porta-Voz, a Santa Madre Igreja.


Joaquim Martins Cutrim.          Em 17/10/2017.